sexta-feira, 4 de maio de 2012

Recursos para AEE é tema de palestrantes da UFSCar



A Secretaria Municipal de Educação (SME) ofereceu, na manhã desta sexta-feira (27), palestras com doutoras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O público foi de professoras do Atendimento Educacional Especializado (AEE) e coordenadoras do ensino fundamental.

COLABORAÇÃO
A Doutora Enicéia Mendes, que há mais de 20 anos realiza pesquisas sobre como favorecer a escolarização da criança com deficiência, apresentou alternativas de sistemas de apoio à formação de professores de educação especial.

Um desses sistemas é o Ensino Colaborativo, em que se propõe uma parceria entre alunos e professores (de sala regular ou especial) para aumentar os recursos de aprendizagem do aluno com deficiência.

“O Ensino Colaborativo conta com a professora de educação especial trabalhando junto com a professora da classe comum para favorecer a participação e aprendizagem da criança com necessidades especiais na classe regular”, explicou Enicéia.




Segundo ela, a Consultoria Colaborativa seria uma parceria do professor, quando este tem algum problema específico, com um profissional especializado (psicólogo, fisioterapeuta, fonoaudiólogo ou terapeuta ocupacional), que compareça à escola e ajude na solução deste problema. “Seria uma prestação de serviço para favorecer a escolarização da criança com deficiência”, diz a doutora.

Para Enicéia, seus estudos têm mostrado que essa consultoria não somente resolve os problemas relacionados à inclusão, mas contribui para a formação do professor de sala regular e do professor de educação especial.

“Só o atendimento especializado não é suficiente. O aluno precisa de mais apoio, como um auxiliar ou cuidador, a sala de recursos, a tecnologia assistida, softwares e essa equipe de profissionais na consultoria” finalizou.

PEI
Planejamento Educacional Especializado (PEI) foi o assunto abordado pela Doutora Gabriela Tannus. Segundo ela, este é um artifício legal que outros países utilizam para dar suporte ao professor que recebe o alunado com deficiência.

“Aqui no Brasil não é legalizado. Ou seja, não tem uma Lei Federal que obrigue o professor a ter esse planejamento. No mestrado estudei essas legislações (que no caso foram Estados Unidos, França, Espanha e Itália) e criei um modelo de como acontece esse projeto nesses países, tentando criar um paralelo com a realidade brasileira”, disse Gabriela. No doutorado, ela vai trabalhar a prática desse planejamento individualizado.

Gabriela explicou que mesmo não existindo a legalização desse planejamento, algumas cidades e estados já utilizam projetos parecidos. “O PEI vai fazer exatamente isso: mostrar as adaptações necessárias e se a criança realmente está aprendendo. O PEI mostra que realmente tem um processo de aprendizagem e se a criança está progredindo ou se precisa de outro suporte”, analisou.

Numa síntese, o PEI é responsável por fazer as adaptações, acomodações e suportes para favorecer o aluno especial no processo de aprendizagem. Esse planejamento deve ser realizado por um grupo de profissionais: professores (regular e especial), profissional da saúde e família, que contribuem de maneira igual, sem hierarquia.

“É muito incoerente acreditar que a gente está atendendo à diversidade com um único profissional ou um único tipo de modelo”, finalizou Gabriela.

REALIDADE EM ARAÇATUBA

O AEE da Secretaria Municipal de Educação tem sido referência para muitos municípios pela qualificação dos profissionais envolvidos na educação de alunos deficientes e pelos excelentes resultados obtidos. Para alunos com múltiplas deficiências, a secretaria disponibiliza um cuidador exclusivo para cada um. Recentemente, a Prefeitura também adquiriu equipamentos específicos que auxiliam no cuidado de alunos com múltiplas deficiências, como macas para banho, por exemplo.

Os professores do AEE desenvolvem, também, o projeto do Coral de Libras, que tem se apresentado para promover a línguagem de sinais em diversos eventos.

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